E-commerce: tem muito mais por trás daquela foto de produto


22 de fevereiro de 2021

CAROLINA SOARES

Saiba tudo sobre o complexo trabalho de criação de fotos e vídeos para as lojas online.

O e-commerce nunca foi tão procurado, mas junto da crescente demanda por consumo o desafio de manter uma vitrine virtual atraente e competitiva também aumentou. Se antes os consumidores esperavam nada menos que boas imagens, vídeos demonstrativos e textos afiados na descrição dos produtos, hoje, os varejistas precisam ser também muito ágeis. “Há uma inteligência de mercado necessária para planejar, produzir e postar centenas de imagens de produtos dentro do prazo da loja virtual e da necessidade do mercado. Cada fotografia, vídeo ou conteúdo descritivo tem a missão de tirar as dúvidas dos compradores, como um vendedor faria na loja física. Agora, cumprir essa tarefa atendendo ao senso de urgência da venda online, em grande escala e de forma eficiente para o caixa da operação é a maior dificuldade do lojista”, explica Carolina Soares, Co-Fundadora da Fotopontocom, produtora de imagens especializada em e-commerce. 

Por trás do que vemos ao navegar pelas ofertas online, há um processo complexo e cuidadoso de produção de imagens que poucos conhecem e que você vai saber em detalhes agora. Ficou curioso para mergulhar nesse universo?

As etapas de produção

A jornada da imagem começa na pré-produção, quando produtora e varejista desenham o briefing, ou seja, o escopo e detalhamento do trabalho. Nessa hora, são definidos os produtos a serem fotografados, os formatos que vão ser usados e os elementos necessários para o shooting. De forma bem resumida, seria mais ou menos assim: serão fotografadas 200 camisas, nos formatos moda (quando a peça aparece no modelo), still (quando o item aparece sozinho na imagem) com fundo branco e editorial em locação externa com dois modelos, sendo a entrega programada para três semanas. A partir daí, a produtora assume a liderança. Os preparativos vão desde a contratação de staff especializado ao aluguel de espaço, acervo e cenário. 

Em seguida, é o momento de receber as peças, o primeiro ponto crítico para a maioria dos lojistas. Carolina Soares explica a raiz do problema: “quando se lida com alto volume é muito comum que as empresas se percam no processo por falta de mecanismos de controle. Por exemplo, de 200 itens separados, apenas 170 chegam à produtora e só 150 são fotografados. A solução que encontramos para essa dor foi desenvolvermos um sistema próprio em que registramos o item na chegada, rastreamos o avanço em cada etapa e fazemos o fechamento na conclusão do projeto, sempre usando o código de barras da peça”.

Na sequência do recebimento dos lotes de produtos, vem a preparação que inclui passagem, no caso de vestuário, enchimento, para bolsas e sapatos, e qualquer montagem necessária para deixar o item pronto para o clique. No momento do shooting, cada peça percorre os circuitos definidos no briefing, de acordo com os formatos que serão produzidos: foto still, no modelo, 360º, vídeo, entre outros. Essa etapa exige bastante expertise profissional para otimizar o trabalho, já que cada produto deve ser capturado diversas vezes, considerando os ângulos e detalhes que o consumidor espera ver da peça na loja virtual. Sem um método sistematizado, o lojista pode ter dois problemas à frente: chegar na fase de edição e perceber que imagens necessárias não foram feitas ou levar tempo demais na captura, perdendo o prazo final.  

No próximo passo, a equipe de edição entra em atividade. Uma produtora como a Fotopontocom, que atua com varejistas de grande porte, chega a produzir mais de 50 mil imagens por mês. Por isso, a edição é estratégica. Nessa fase, são feitos todos os retoques e ajustes necessários para o controle de qualidade do resultado. Em seguida, a equipe de fechamento vai gerar os formatos que o lojista precisa, salvando as imagens finais nas dimensões certas para o e-commerce, os diferentes marketplaces ou mesmo as redes sociais. “Quando vemos a vitrine de uma loja online, não enxergamos a longa jornada que a foto e o vídeo percorrem nos bastidores, muito menos a expertise envolvida. Num período de crise como o que estamos vivendo, tornar essa cadeia o mais fluida possível impacta significativamente no orçamento da empresa. Por isso, muitos lojistas têm terceirizado toda a sua produção, para reduzir o custo e ter escala na produção das imagens do e-commerce. Algumas marcas alcançam uma economia de até 30% nessa parte da operação”, conclui a executiva.


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *